Neste mês é comemorado o Setembro Amarelo, que tem como objetivo a conscientização a prevenção ao suicídio, e é discutido em todas as mídias. Porém, há ainda um grande tabu girando a respeito deste assunto, já que falar sobre suicídio pode prejudicial em alguns casos. Entretanto, existe uma grande importância em falar sobre esse tema diariamente, durante todo o ano. 

De acordo com dados disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde(OMS) em 2016, o suicídio foi a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, perdendo apenas para acidentes de trânsito. Entre os adolescentes, foi a segunda causa de mortes pelo sexo feminino e a terceira pelo sexo masculino. 

Ainda de acordo com a OMS, no mundo cerca de 800 mil pessoas tiram suas próprias vidas todos os anos, o que equivale a mais ou menos um suicídio a cada quarenta segundos. 79% dessas mortes acontecem em países de média e baixa renda. 

Se pararmos para analisar os números, mesmo com campanhas de prevenção recorrentes todos os anos, ainda, sim, são muitas pessoas que se perdem todos os dias vítimas dessa situação. Contudo, falar sobre o assunto pode ser um dos fatores de contribuição para diminuição desses casos, já que além de incentivar pessoas a procurarem ajuda, a campanha vida a abrir a mente daqueles que não acreditam na causa. 

Falar sobre depressão e suicídio ainda é um tabu entre os homens e jovens no Brasil 

Há vários motivos que podem levar um pessoa a tirar a sua própria vida, mas a depressão é um dos maiores causadores no mundo. A doença ainda é vista como um tabu. Ainda existe muita falta de informação em torno dela, o que leva a vergonha de procurar ajuda e das pessoas descobrirem sua doença. Essa censura em falar sobre o assunto é ainda maior entre os jovens e o sexo masculino. 

De acordo com o levantamento realizado pelo Ibope Conecta, “Depressão, suicídio e tabu no Brasil: um novo olhar sobre a saúde mental”, que contou com a participação de 2 mil brasileiros a partir dos 13 anos, o preconceito e desinformação ao redor dos temas “depressão” e suicídio”, esses fatores são maiores entre homens e os jovens. 

Na pesquisa, 30% dos homens entrevistados acreditam que depressão está relacionada a falta de fé, ou não conseguem avaliar se é verdade. Já entre a mulheres, apenas 17% pensam desta mesma forma. Mais da metade desses homens creem que a positividade e alegria de viver, são um tratamento suficiente para a doença e não acreditam em medicamentos e terapia. 

Essa falta de informação reflete no número de casos de suicídio, já que os dados disponibilizados pelo Ministérioda Saúde mostram que a taxa de mortalidade entre homens é 9,2 para cada 100 mil. Enquanto a taxa para o sexo feminino é 2,5 para cada 100 mil. 

Ao serem questionados sobre medicamentos, 21% dos homens, o que equivale pelo menos um em cada cinco, afirmam que não tomariam antidepressivos, mesmo com prescrição médica. Já para as mulheres, esse número cai para 16% das entrevistadas. 

Formas saudáveis de falar sobre suicídio para preveni-lo 

É de extremaimportância esclarecer que o suicídio é algo complexo e que pode ser motivado por múltiplos fatores. Não é tão simples abordar o assunto como parece. Deve ser exemplificado apenas casos positivos do assunto, pois, casos negativos podem soar como novos gatilhos. 

O tema não deve ser tratado como algo fútil. É preciso saber o que falar para não criar ainda mais gatilhos em quem está vivendo aquilo. Afinal, essa é a melhor forma de prevenir. 

Também é importante incentivar a pessoa a procurar ajuda profissional. Mostrar que você está do lado dela, que ela não está sozinha, é muito importante, porém, um profissional conseguirá direcionar melhor o caso para um resultado positivo, utilizando de tratamento com medicamentos e terapia. Informe telefones e sites de entidades de suporte, como o CVV. 

O CVV - Centro de Valorização da Vida, é uma associação civil sem fins lucrativos, que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. 

Setembro Amarelo

Falar é importante!

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