Eu poderia vir aqui e contar uma história de superação, em que eu sofri algum preconceito por ser negra, mulher e cristã e dei a volta por cima, mas felizmente nesses 31 anos de vida posso dizer que pude colher os frutos de uma luta travada lá atrás contra descriminação e desigualdade. Eu sou o resultado dessas lutas, das oportunidades que me foram concedidas,  das boas escolhas que fiz e das vitórias nas lutas que a vida me deu.

Venho de uma família humilde e sou a 1.ª mulher do lado materno da família a ter um diploma de ensino superior. Estudar nunca foi prioridade, fui criada ouvindo que precisávamos trabalhar para sobreviver, mas meu coração sempre foi guiado por uma ousadia e força de querer muito mais e Deus foi generoso comigo e conquistei uma vaga na universidade aos 17 anos.

No mercado de trabalho não foi diferente, desde o estágio sempre busquei abrir portas e com muito esforço eu abracei cada uma das oportunidades que recebi e tive o prazer de trabalhar em brilhantes empresas.

Quando eu fui recrutada para trabalhar na LINKCOM em 2014, já para coordenação e sem experiência no cargo, eu não pensei duas vezes. Eu sempre amei me desafiar e com muita ousadia eu aceitei entrar nesse universo que é a tecnologia e a liderança.

Eu me encaixei perfeitamente nesse segmento e, nesses 7 anos trabalhando no ramo de inovação e tecnologia, tive a oportunidade de gerir várias fases da empresa e pessoas com perfis, comportamentos e culturas diferentes. E, hoje, sou a primeira sócia mulher da LINKCOM. 

Então, neste dia tão importante como o da Consciência Negra, não tem como eu pensar em outra palavra a não ser conquista. Se hoje eu posso contar uma história diferente, é porque a mim foi dada a chance de ser quem eu sou, independente de qualquer limite cultural ou social.

Quando eu me lembro da história, das gerações passadas e dos meus antepassados e tudo que eles viveram para conquistar a liberdade e a equidade, eu me sinto grata, orgulhosa e determinada a continuar lutando por aquilo que eu acredito e almejo.

Se hoje eu ocupo um cargo de liderança em uma grande empresa, mesmo sendo jovem, mulher e negra, é porque eu sempre dei o meu melhor, e tive pessoas ao meu lado me dando apoio e coragem para ocupar o meu lugar.

Tão importante quanto lutar por igualdade e representatividade, é ter orgulho da sua própria história, identidade e nunca desmerecer a importância do percurso, porque tudo isso é sobre apropriar-se da sua identidade e ser forjado para um propósito muito maior.